Tecnologias desenvolvidas para combater a pandemia associadas a novos hábitos de consumo transformaram o setor da saúde e o mercado precisou adaptar-se.
A corrida científica e tecnológica para combater a Covid 19 impulsionou um desenvolvimento considerável no setor da saúde desde 2020. E todos esses avanços que obtivemos em termos de tecnologia, produtos, conhecimento, equipamentos, e informação permanecerão no pós pandemia e ainda devem estimular a criação de ainda mais inovação.
Segundo o estudo da International Data Corporation (IDC — 11/2020), o investimento em tecnologias no setor de saúde na América Latina deve atingir US $1.931 milhões até o final deste ano.
Neste cenário, as empresas do setor de saúde tiveram que lançar mão de soluções tecnológicas para reduzir custos, se aproximar do usuário, além de se adaptar às novas exigências sanitárias.
Os profissionais de saúde também precisaram adaptar-se para a capacidade de se inserir em um ambiente cada vez mais complexo e tecnológico, além de interagir com novos sistemas, métodos e plataformas. Na mesma medida, o consumidor espera agora um serviço rápido, eficiente e seguro, com a tecnologia como aliada até para algumas atividades a distância, como a telemedicina.
No Brasil, a lei que regulariza a prática da telemedicina foi sancionada em abril de 2020 e possibilitou o atendimento médico por meio das consultas virtuais. Até então, a realização de atendimentos virtuais de teleconsulta era proibida. Uma complementação aprovada em novembro do mesmo ano permitiu que após o fim da emergência sanitária essas práticas fossem regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Neste contexto, os dispositivos móveis se tornaram ainda mais importantes para estabelecer ligações entre os serviços de saúde e a população, oferecendo mais proximidade entre médico e paciente.
Atualmente os smartphones representam uma das ferramentas que mais auxiliam a prática telemedicina, já que 58% dos brasileiros acessam a internet exclusivamente pelo celular, de acordo com a última pesquisa da TIC Domicílios. O Brasil ainda fechou o ano de 2020 com 234 milhões de acessos móveis, segundo relatório da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O total representou um aumento de 7,39 milhões em relação a 2019, o equivalente a 3,26%.
Engajamento dos pacientes
Aumentar o envolvimento do paciente e ajudar a melhorar a adesão ao tratamento é crucial para o futuro da saúde.
Desta forma, ferramentas digitais que promovam o envolvimento do paciente, como portais de informação e resultados, mensagens de texto e comunicações automatizadas em tempo real podem aumentar a adesão ao tratamento, reduzindo inclusive, a pressão sobre o sistema de saúde. Uma vez que conduzir corretamente o acompanhamento tende a diminuir a frequência de atendimento a pacientes já diagnosticados e aumenta o sucesso do tratamento.
Sendo assim, a adoção de tecnologias inovadoras e disruptivas é um fator decisivo para as instituições de saúde neste momento. Soluções tecnológicas de suporte à decisão clínica e para fluxo operacional não apenas fortalecem a base de informações dos profissionais de saúde, como garantem decisões mais precisas no diagnóstico e tratamento dos pacientes.
Desta forma, ao investir em tecnologia, a instituição investe também em qualidade e oferece ao paciente um tratamento mais humanizado.
Além disso, diversos estudos e análises de mercado têm mostrado que consumidores no geral estão buscando por empresas — de todos os setores — que ofereçam praticidades em entregas e pagamento, comodidade e sustentabilidade em um contexto pós pandemia.
Encaixar as instituições de saúde nos modelos de mercado que conversem com o novo consumidores e novas gerações deve ser a principal missão dos gestores e será fundamental para o sucesso do negócio a curto e médio prazo.
Transformações na Radiologia
Atualmente, a utilização da Nuvem e da tecnologia 5G vem se apresentando como uma evolução da Radiologia Digital. A computação na nuvem está presente no cotidiano de todas as pessoas através de sites e ferramentas como Google Drive, Dropbox e iCloud.
Os centros de imagem passaram a beneficiar-se do armazenamento de dados na nuvem de muitas maneiras. A redução de custos é o principal benefício, pois utilizando a nuvem, as empresas dispensam custos com armazenamento físico e pessoal especializado.
Porém ainda há a otimização de volume de material, acesso facilitado e rápido e a segurança, como vantagens da Cloud Computing para a Radiologia. E, por mais que ainda seja comum que alguns gestores tenham desconfiança com esse tipo de armazenamento, a nuvem permite uma segurança muito maior do que quando esse material é mantido fisicamente.
Aliado ao armazenamento, os provedores passaram a oferecer sistemas cada vez mais completos, pensando em cada etapa do trabalho de um departamento de radiologia, conhecidos como PACS e RIS.
Esse tipo de ferramenta ainda aprimora o acesso e compartilhamento de exames e se apresenta como uma evolução perante as películas radiográficas, impressão em papel e posteriormente, uso de CDs e pendrives.
Vale também destacar que empresas de serviços de Cloud Computing especializados em exames e Radiologia oferecem uma confiança muito maior no armazenamento, acesso e compartilhamento de informações, quando comparados com alternativas “provisórias” gratuitas.
De olho na tendência de crescimento na utilização de dispositivos móveis, outra vantagem que a nuvem traz para as clínicas é o potencial de estar em um espaço já frequentado por seus clientes para entregar resultados, disponibilizar histórico médico e aproximar provedores de pacientes.
Assim, o que antes demandava ao paciente um novo deslocamento até a clínica apenas para buscar a sacola de exames, pôde ser substituído por um acesso via computador, tablet ou até mesmo smartphones.
Assim, a clínica pode realizar a impressão em papel apenas para aqueles pacientes que fazem questão de ter seu exame físico em mãos no momento em que eles chegam na recepção, para evitar desperdícios em impressão e sacolas de exames.
É comum que, em casos de clínicas que optaram por imprimir todos os exames, muitos pacientes não voltem à unidade para buscar seus resultados. Fazendo com que o custo de impressões seja alto sem necessidade.
Para além do paciente, o acesso para médicos radiologistas, assistentes e solicitantes também foi revolucionado com ferramentas PACS em nuvem. A visualização por dispositivos móveis como tablets com alta qualidade de imagem, via browser, permitiu o acesso rápido a imagens em centros cirúrgicos e mais diversos departamentos de um hospital.
Isso permitiu que, além de consultar segundas opiniões em exames, inúmeros médicos em todo o mundo assumissem uma nova modalidade de trabalho: a Telerradiologia.