Tecnologia a favor da Radiologia: como a inovação tecnológica vem transformando a área
Do surgimento da película radiográfica até os recentes aplicativos de entrega online de exames, a Radiologia tem se reinventado e aprimorado durante os anos.
Durante toda a história da Radiologia, desde o surgimento dos primeiros exames de imagem até os dias atuais, houveram diversas invenções que transformaram o segmento. E além dos grandes avanços na qualidade dos equipamentos para obter imagens, parte das inovações também foi focada no acesso e entrega de resultados.
Setores de tecnologia e inovação trabalham constantemente para que o fluxo de trabalho de radiologistas, relacionamento médico-paciente, e diagnósticos no geral sejam aprimorados e possam aproveitar o melhor de cada tecnologia.
Película Radiográfica
O primeiro material utilizado para a análise e interpretação de exames foram os filmes radiográficos, que começaram a aparecer logo no início do século XX e desde então passaram por uma grande transformação em sua fabricação, no que diz respeito principalmente aos materiais utilizados.
A película radiográfica, ou chapa, como é conhecida por muitos, é feita a partir de um plástico chamado acetato. Além disso, em sua superfície é possível encontrar uma fina camada de grãos de prata, os quais são sensíveis à luz.
Por ser composta por plástico, a película de raio-x leva décadas para se decompor na natureza. O que pode chegar até 100 anos (ou mais). Outro fator extremamente prejudicial está no próprio plástico. Afinal, trata-se de um derivado do petróleo que por si só já causa inúmeros danos ambientais, como o efeito estufa, por exemplo.
Já a prata contida nas películas, assim como qualquer outro gás pesado, é extremamente nociva à saúde. Quando acumulada no organismo, pode causar desde problemas renais até motores e neurológicos.
Ademais, o processo de revelação dessas películas contribui para que se tornem ainda mais nocivas. Afinal, passam por um “banho” que contém, no mínimo, cinco agentes químicos. São eles hidroquinona, carbonato de sódio, bissulfito de sódio, tiossulfato de amônio e sulfato de sódio.
Impressão em Papel
Imprimir em papel é uma alternativa mais barata, ecológica e com maior qualidade — que se tornou um consenso — a velha impressão em película radiográfica.
A evolução do mercado e a exigência de alta qualidade na impressão e do baixo custo somados à agilidade no processo, fizeram as clínicas e laboratórios do mundo todo aderirem a uma nova solução: a impressão digital de exames em papel.
Instituições de saúde podem ter uma economia significativa ao optarem pela impressão de exames de imagem em papel. Isso porque a impressão tradicional acaba tendo muitos processos e esses processos, como a relevação por exemplo, precisam de maior investimento.
Além disso, a qualidade do exame em película nem sempre é boa para o diagnóstico e isso faz com que o paciente — e o radiologista — tenha que ficar exposto mais uma vez à radiação. O que também reduz a produtividade do setor.
Radiologia Digital
Com a evolução da tecnologia digital e da internet, a análise e compartilhamento de imagens médicas passaram a ser feitas via computadores. Nesse cenário, começaram a surgir os primeiros sistemas digitais locais voltados para Radiologia. Algumas dessas novidades vieram para ficar — outras nem tanto.
Com isso, os CDs, pendrives e HDs externos se tornaram dispositivos populares para o compartilhamento de exames entre a equipe interna dos hospitais e clínicas, e facilitaram a troca e até mesmo o armazenamento dessas informações.
Porém, desde que começaram a ser utilizados, já apresentavam alguns problemas, como o espaço limitado que cada um desses objetos oferece e o risco de extravios. Mas ainda assim, já eram uma alternativa com muitas vantagens quando comparadas a película ou ao papel, tanto pela praticidade quanto pelo poder de compactação de diversos exames em um único dispositivo.
Nesta fase, foram lançados também alguns equipamentos pensados exclusivamente para visualização e acesso de exames, como alguns tablets médicos. Esse foi o caso do modelo Panasonic TOUGHBOOK CF-H2, criado para ser resistente e ter algumas funcionalidades que facilitariam o acesso de imagens em centros cirúrgicos, por exemplo, que em pouco tempo teve sua produção descontinuada.
Alguns desses equipamentos exclusivos para acesso de exames não vieram para ficar, mas os tablets comuns — de alta qualidade — e o acesso em dispositivos móveis para facilitar o acesso nos mais diversos ambientes acabaram caindo no gosto de médicos do mundo inteiro.
O uso de meios digitais para manipulação de imagens médicas também permitiu alguns benefícios nunca antes experimentados por radiologistas. Como a possibilidade de tratar as imagens, alterando brilho, contraste, melhorando a qualidade do exame e permitindo o diagnóstico mais assertivo.
Cloud Computing
Atualmente, a utilização da Nuvem vem se apresentando como uma evolução da Radiologia Digital. A computação na nuvem está presente no cotidiano de todas as pessoas através de sites e ferramentas como Google Drive, Dropbox e iCloud.
Os centros de imagem passaram a beneficiar-se do armazenamento de dados na nuvem de muitas maneiras. A redução de custos é o principal benefício, pois utilizando a nuvem, as empresas dispensam custos com armazenamento físico e pessoal especializado.
Porém ainda há a otimização de volume de material, acesso facilitado e rápido e a segurança, como vantagens da Cloud Computing para a Radiologia. E, por mais que ainda seja comum que alguns gestores tenham desconfiança com esse tipo de armazenamento, a nuvem permite uma segurança muito maior do que quando esse material é mantido fisicamente.
Aliado ao armazenamento, os provedores passaram a oferecer sistemas cada vez mais completos, pensando em cada etapa do trabalho de um departamento de radiologia, conhecidos como PACS e RIS.
Esse tipo de ferramenta ainda aprimora o acesso e compartilhamento de exames e se apresenta como uma evolução perante as películas radiográficas, impressão em papel e posteriormente, uso de CDs e pendrives.
Vale também destacar que empresas de serviços de Cloud Computing especializados em exames e Radiologia oferecem uma confiança muito maior no armazenamento, acesso e compartilhamento de informações, quando comparados com alternativas “provisórias” gratuitas.
Dispositivos móveis
Com a utilização de serviços em nuvem, passou a ser possível enviar exames a pacientes, solicitantes externos e equipe interna em poucos cliques, dentro de uma mesma plataforma. E estes podem acessar resultados com segurança, de qualquer tipo de dispositivo com acesso a internet. O que reduz etapas no processo de entrega, economizando tempo e investimentos por parte das instituições de saúde.
O Brasil fechou o ano de 2020 com 234 milhões de acessos móveis, segundo relatório da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O total representou um aumento de 7,39 milhões em relação a 2019, o equivalente a 3,26%.
De olho nessa tendência de crescimento de acesso em dispositivos móveis, outra vantagem que a nuvem traz para as clínicas é o potencial de estar em um espaço já frequentado por seus clientes para entregar resultados, disponibilizar histórico médico e aproximar provedores de pacientes.
Assim, o que antes demandava ao paciente um novo deslocamento até a clínica apenas para buscar a sacola de exames, pôde ser substituído por um acesso via computador, tablet ou até mesmo smartphones.
Assim, a clínica pode realizar a impressão em papel apenas para aqueles pacientes que fazem questão de ter seu exame físico em mãos no momento em que eles chegam na recepção, para evitar desperdícios em impressão e sacolas de exames.
É comum que, em casos de clínicas que optaram por imprimir todos os exames, muitos pacientes não voltem à unidade para buscar seus resultados. Fazendo com que o custo de impressões seja alto sem necessidade.
Para além do paciente, o acesso para médicos radiologistas, assistentes e solicitantes também foi revolucionado com ferramentas PACS em nuvem. A visualização por dispositivos móveis como tablets com alta qualidade de imagem, via browser, permitiu o acesso rápido a imagens em centros cirúrgicos e mais diversos departamentos de um hospital.
Isso permitiu que, além de consultar segundas opiniões em exames, inúmeros médicos em todo o mundo assumissem uma nova modalidade de trabalho: a Telerradiologia.
Revolução no fluxo de trabalho
A grande impulsionadora da Telerradiologia foi a revolução trazida pela nuvem aos sistemas PACS, que tornou possível trabalhar de qualquer lugar do mundo laudando exames de diversos centros de imagem com a mesma velocidade em que aconteceria trabalhando in loco em cada um desses lugares.
Além disso, ainda transformou fluxos de trabalho em clínicas e hospitais. Esse sistema de gerenciamento oferece inúmeras vantagens para as clínicas: padroniza as imagens em formato DICOM, que auxilia na organização e busca; facilita e torna mais colaborativo o fluxo de trabalho uma vez que os exames são acessados diretamente nos computadores dos médicos durante as consultas; oferece mais qualidade de imagens a serem laudadas; além de praticidade no acesso.
O PACS em nuvem da Medcloud conta com diversas ferramentas no Viewer DICOM online que estão em constante atualização e foram pensadas para otimizar o trabalho de médicos radiologistas, como reconstruções volumétricas 100% online de MIP, MPR, MinIP, AvgIP com navegação e sincronização entre os planos, rotação e alteração de brilho e contraste, Renderização 3D e Fusão PET-CT.
Futuro da Radiologia
Com isto, podemos notar algumas tendências para o futuro próximo da Radiologia. A integração de sistemas em nuvem já é uma realidade que não pode ser ignorada pelos gestores.
Com ferramentas de PACS e RIS integradas, os serviços de radiologia já podem estabelecer protocolos padronizados para emitir laudos com mais eficácia, aproveitando o acesso a todas as informações necessárias sobre cada paciente em uma mesma plataforma.
Considerando as vantagens proporcionadas pelo aproveitamento das inovações tecnológicas em radiologia, a precisão das análises e a segurança das informações são dois aspectos que se destacam e que abrem espaço para a utilização e desenvolvimento da inteligência artificial.
Entre as previsões e tendências para o futuro da radiologia, o uso da inteligência artificial é um assunto que gera grande expectativa entre os profissionais. Trata-se de tecnologias de alta complexidade, que já estão sendo empregadas em diversos setores da indústria.
Na área médica, espera-se que os equipamentos baseados em machine learning (termo em inglês para um dos conceitos associados à inteligência artificial) sejam capazes de reduzir o tempo de leitura dos dados de imagem gerados, aumentando a precisão dos exames e a eficácia dos diagnósticos, servindo como auxílio para o diagnóstico final dos médicos radiologistas.
Além disso, a chegada do 5G também tem gerado grande expectativa na comunidade médica. Especificamente na radiologia, espera-se que as taxas mais altas de velocidade e latência auxiliem no diagnóstico de pacientes.
Isso porque mesmo imagens pesadas serão carregadas rapidamente, o que deve aprimorar a Telerradiologia até mesmo para os locais mais isolados. Ganha também a área da Radiologia Home Care, onde os exames são levados até a casa do paciente e poderão ser enviados rapidamente para os centros de laudos.
O 5G também deve favorecer a expansão de tecnologias como AR (realidade aumentada) e VR (realidade virtual), que auxiliam em métodos de ensino e tratamentos mais inovadores e menos invasivos.